terça-feira, 30 de junho de 2015

Seu próximo celular poderá ‘se consertar’

Por Galileu

Telas rachadas irão se regenerar sozinhas

25/06/2015 - 10H06/ ATUALIZADO 10H0606 / POR FERNANDO BUMBEERS

  (Foto: flickr - creative commons )

Amaioria das pessoas já deve ter passado pela desagradável situação de deixar o celular cair no chão e ter sua tela rachada. Mas o sofrimento está acabando. Cientistas estão desenvolvendo uma tecnologia avançada que pode se regenerar facilmente e ser aplicada a diversos produtos da indústria, inclusive smartphones.
Como funciona o reparo?
Ele é o resultado de um processo químico catalisado com base em um “agente de cura” que se assemelha muito com a “casquinha” formada por seu corpo após um corte ou ferimento. Os produtos químicos do agente de cura estão contidos em milhões de microesferas - quando a tela racha, um líquido é liberado e endurece rapidamente, tornando as rachaduras imperceptíveis.
A indústria de telefonia móvel espera aplicar o agente de cura dentro dos próximos cinco anos. O processo foi originalmente desenvolvido para a aviação, no caso de rachaduras nas asas dos aviões em pleno vôo. A L'Oréal também está considerando o agente de cura para as unhas.
Infinitas possibilidades
Todd Thibodeaux, presidente da associação da indústria de TI CompTIA, acredita que, no momento atual, revestimentos que se regeneram teriam um “mercado muito maior” do que dispositivos móveis. No entanto, o preço da tecnologia pode impossibilitar negócios maiores.
Na aviação, que é o foco do projeto, a oportunidade é enorme: asas que eventualmente sofressem rachaduras começariam a se repararem em pleno vôo, aumentando a segurança e reduzindo o tempo de manutenção.
"Basicamente, qualquer indústria que utiliza compósitos de fibra de carbono poderia se beneficiar", observa Duncan Wass, professor de catálise da Universidade de Bristol da Inglaterra e líder do projeto de desenvolvimento da tecnologia. "No final, o produto ainda pode ser aplicado a equipamentos esportivos, ou bicicletas, e assim por diante."

domingo, 28 de junho de 2015

Confiança da construção tem uma leve melhora em junho após queda em maio, diz FGV

Indicador aponta estabilidade ao alcançar 73,5 pontos ante os 72,9 registrados no mês anterior

Por PiniWeb
Evelyn Oliveira
26/Junho/2015

Shutterstock
Após registrar em maio o pior nível desde 2010, o Índice de Confiança da Construção (ICST) ficou praticamente estável em junho, ao variar 0,1% em relação ao mês anterior, alçando 73,5 pontos. Este movimento de estabilidade do indicador sucede uma queda de 4,7% em maio. Os dados são da Sondagem da Construção divulgada nesta sexta-feira (26) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com o levantamento, apesar da acomodação na ponta, a pesquisa que encerra o semestre mostra o declínio da atividade setorial em 2015. Para a Coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, "as condições financeiras das empresas pioraram e mesmo as expectativas, que registraram melhora neste mês, ainda estão bastante deprimidas, com predominância de projeções de queda da atividade da construção".
O Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 3%, após o recuo de 4% em maio, atingindo 89,9 pontos. Segundo a pesquisa, esse crescimento foi influenciado pelo indicador que mede as perspectivas para a situação dos negócios nos seis meses seguintes, que subiu 5,8% em relação ao mês anterior, alcançando 97 pontos.
Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST) apresentou sua sétima queda consecutiva, ao recuar 4,2%, alcançando novo mínimo histórico de 57 pontos. Esse movimento negativo se influenciou pelo indicador que capta a evolução recente da atividade que variou -5,8%, alcançando o menor da série de 55,4 pontos.

Ciclovia da Avenida Paulista abre para as bicicletas neste domingo

Por G1 São Paulo
28/06/2015 07h14 - Atualizado em 28/06/2015 10h53

Via foi totalmente interditada para o tráfego de veículos por volta das 10h. 

Com 2,7 km, a pista está entre Praça Oswaldo Cruz e Avenida Angélica.

Funcionários da Prefeitura jogam tinta azul que foi jogada na ciclovia (Foto: Vivian Reis/G1)

uncionários da Prefeitura limpam tinta azul que foi jogada na ciclovia (Foto: Vivian Reis/G1)
A ciclovia da Avenida Paulista será inaugurada na manhã deste domingo (28) em uma cerimônia que contará com a presença do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Por volta das 10h, a via foi interditada ao trânsito nos dois sentidos. Os bloqueios podem ir até as 17h.
Veja as fotos da inauguração da ciclovia da Avenida Paulista

Um pouco antes da inauguração, por volta das 9h, ciclistas já pedalavam na ciclovia. Grupos chegavam à avenida para acompanhar a abertura e algumas pessoas carregavam balões brancos. Bicicletas foram colocadas em alguns pontos da via para lembrar os ciclistas mortos. 
No mesmo horário, funcionários da Prefeitura limpavam um trecho da pista, na altura do prédio da Fiesp, porque tinta azul foi jogada na ciclovia.
O secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, foi até a Avenida Paulista para a inauguração. Ele acredita que a ciclovia é uma iniciativa que demora até as pessoas se acostumarem, até por isso há muitas críticas. “A juventude olha com bons olhos essas novidades e quer se apropriar dos espaços da cidade. Os jovens nem querem ter carro.”
Com 2,7 km de extensão e construída no canteiro central, a pista exclusiva está entre a Praça Oswaldo Cruz e a Avenida Angélica. A ciclovia tem quatro metros de largura e fica a uma altura de 18 cm em relação às faixas de rolamento ao seu lado.

Devido ao alargamento do canteiro central, as faixas das duas pistas, tanto no sentido Consolação quanto no sentido Brigadeiro, precisaram ser reajustadas e diminuíram a largura de 3 metros para 2,8 metros. Já a faixa de ônibus, à direita da pista, perdeu 20 centímetros, passando de 3,5 metros para 3,3 metros.
A obra, que durou quase cerca de seis meses, custou R$ 12,2 milhões aos cofres públicos, no trecho entre as avenidas Paulista e Bernardino de Campos, incluindo a instalação de dutos para a passagem de fibra ótica sob a pista. Diferentemente da maioria das ciclovias, que são pintadas com tinta vermelha, a da Paulista é feita com concreto pigmentado com coloração.
Ciclistas comemoram inauguração de ciclovia com balões brancos (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas comemoram inauguração de ciclovia com balões brancos (Foto: Caio Kenji/G1)
Com a implantação da ciclovia, foram retiradas as floreiras e relógios do canteiro central. Alguns relógios devem ser realocados posteriormente nas calçadas. Os pedestres ficarão na ilha de segurança durante a travessia.
“Nós aumentamos o espaço de pedestres no canteiro central. O pedestre tem o tempo semafórico. Se ele ficar no canteiro central, tem uma ilha de segurança que nós aumentamos”, afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. “Fizemos o recuo para pedestre, para o ciclista, tiramos os relógios por questão de segurança”, disse.

Apesar da inauguração da ciclovia, a ciclofaixa de lazer da Avenida Paulista, que funciona aos domingos e feriados, não será desativada. “Eu acho melhor deixar segregado (ciclofaixa de lazer). Se tiver muita gente, acaba um transtorno danado. A ideia é manter a ciclofaixa de lazer e o pedestre fica ao lado”, disse o secretário de Transportes.

A construção de ciclovias é uma das principais marcas da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), que pretende entregar 400 km de vias exclusivas para ciclistas até o fim deste ano. Atualmente, a cidade possui 298,6 km de ciclovias, sendo 238,3 km somente da gestão do prefeito Haddad. Na próximo domingo, São Paulo terá 307,4 km de ciclovias.

“A ciclovia é uma obra viária importante para nós e que vai ligar o corredor norte-sul, muitos ciclistas usam a Paulista como passagem. Ela também é importante pela possibilidade da bicicleta transitar em segurança”, afirmou o ciclista Odir Züge Junior, que também é membro do Conselho Municipal de Trânsito.
Apesar de elogiar a infraestrutura da ciclovia, Züge Junior acredita que a via já está saturada. “Eu acho que ela poderia ser mais larga, porque essa estrutura cicloviária da Paulista vai nascer subdimensionada. Eu acredito que daqui a alguns anos vai precisar ser alargada.”


Aumento dos ciclistas
Segundo uma pesquisa do volume de bicicletas que circulam pela Paulista realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o número de ciclistas que passou a circular na Avenida Paulista durante a realização das obras da ciclovia subiu 51% no período da manhã, entre 7h e 10h. O estudo mostra que aumentou de 85 para 129 o número de ciclistas que passaram em ambos os sentidos no período de três horas antes e depois do início das obras.

Segundo Jilmar Tatto, a diminuição da velocidade dos veículos incentivou o uso da via. “Claro que eles [ciclistas] não usavam a ciclovia, que ainda estava em obra, mas as faixas de rolamento. Na medida em que a obra foi acontecendo, reduziu a velocidade dos carros, o que estimulou e encorajou os ciclistas a usarem a Paulista”, afirmou.
A pesquisa engloba três medições, realizadas nos horários da manhã e tarde. A primeira contagem foi anterior ao dia 9 de setembro do ano passado entre a Alameda Ministro Rocha Azevedo e Rua Padre João Manuel. A segunda medição ocorreu no dia 6 de maio. Já a terceira foi realizada em 10 de junho.
No período da manhã, a primeira medição mostra que o número de ciclistas aumentou em 35,29%, passando de 85 para 115.
Mapa das ciclovias de São Paulo (Foto: Editoria de Arte/G1)
Acidentes
Nos últimos anos, a Avenida Paulista registrou pelo menos duas mortes e um grave acidente envolvendo ciclistas. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 39 ciclistas foram atropelados na Paulista entre 2005 e 2014.
Em outubro do ano passado, o ciclista Marlon Moreira, de 35 anos, morreu após ser atropelado por um ônibus na Avenida Paulista. Testemunhas relataram à polícia que o ônibus seguia no sentido bairro do corredor exclusivo para ônibus quando o ciclista atravessou na frente do veículo, realizando uma manobra proibida de conversão. A vítima foi socorrida ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Em março de 2013, o operador de rapel David Santos Sousa, perdeu o braço direito ao ser atropelado na via (veja no vídeo acima). O motorista, o estudante de psicologia Alex Kosloff Siwek, jogou o braço de David em um córrego. Um exame clínico feito após o acidente apontou vestígios de álcool no motorista, mas concluiu que ele não estava embriagado no momento da colisão.
Uma ano antes, em março de 2012, uma ciclista profissional de 33 anos também morreu após ser atropelada por um ônibus na Paulista.
Ciclistas inauguram pista exclusiva na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclistas inauguram pista exclusiva na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)
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Ciclista pedala na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)Ciclista pedala na Avenida Paulista neste domingo (Foto: Caio Kenji/G1)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Garra sem partes móveis tem adesão ajustável

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/06/2015

Garra sem partes móveis tem adesão ajustável
O adesivo seco - aqui levantando uma placa de vidro - funciona mesmo quando miniaturizado à escala de micrômetros. [Imagem: University of Pennsylvania]
Adesivo ajustável
Transformar-se em uma espécie de
 Homem-Aranha ou fazer robôs que sobem pelas paredes são aplicações interessantes para os adesivos secos, inspirados nas patas das lagartixas.
Mas, de um ponto de vista tecnológico, há possibilidades mais promissoras na indústria, onde peças de todos os tamanhos precisam ser levantadas e transportadas o tempo todo.
Helen Minsky e Kevin Turner, da Universidade da Pensilvânia, decidiram dar ao seu trabalho esse viés mais prático, onde garras e mãos, robóticas e humanas, nem sempre são as ferramentas mais adequadas.
A dupla criou uma pequena "garra" sem qualquer parte móvel, mas com uma capacidade de "adesão ajustável", o que significa que a força com que a haste segura a peça pode ser variada, de fraca até muito forte, tudo com apenas um leve movimento lateral.
Assim, o material pode ser usado para segurar peças de vários tamanhos e pesos, e pode soltar cada um deles delicadamente, aliviando o poder de agarramento de forma contínua.
Forças de van der Waals
Assim como os pés das lagartixas dependem de minúsculas cerdas para segurar o animal todo, a dupla está trabalhando com garras muito pequenas, com apenas alguns milímetros quadrados, que poderão ser postos para trabalhar em conjunto, de acordo com o peso da peça a ser erguida.
Contudo, mesmo nestas dimensões experimentais, as garras adesivas já estão prontas para trabalhar com peças pequenas e sensíveis, como bolachas de silício na indústria eletrônica ou peças de vidro.
Embora outras equipes já tenham demonstrado protótipos com características semelhantes, a dupla inovou ao desenvolver uma técnica de fabricação muito simples, com uma superfície repleta de nanocilindros com um núcleo de plástico e um revestimento externo de silicone. São esses cilindros que agarram as peças, por meio das forças de van der Waals.
"Nossa visão é que essa estrutura de postes compósitos é um bloco de construção fundamental para viabilizar grandes superfícies adesivas com propriedades ajustáveis," disse Turner.
Bibliografia:

Achieving enhanced and tunable adhesion via composite posts
Helen K. Minsky, Kevin T. Turner
Applied Physics Letters
Vol.: 106, 201604
10.1063/1.4921423

sábado, 20 de junho de 2015

Finalmente uma janela inteligente... e discreta

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/06/2015

Finalmente uma janela inteligente... e discreta
A janela inteligente garante privacidade, mas deixa passar até 90% da luz externa. [Imagem: Tim Zarki/University of Cincinnati]
Janela com QI
Engenheiros da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, apresentaram uma nova "janela inteligente" com um QI bem maior do que os modelos já disponíveis.
A janela fotocrômica adapta-se dinamicamente para manter a opacidade, o brilho e a temperatura de cor no ambiente interno, reagindo ao ambiente externo ou de acordo com a preferência dos ocupantes.
Em termos práticos, a janela adquire uma opacidade que garante a privacidade dos ocupantes, mas não bloqueia a passagem da luz, como acontece com as tradicionais persianas.
Controle da luz e calor
A iluminação e a privacidade podem ser simultaneamente controladas eletronicamente. As janelas podem se tornar leitosas para garantir a privacidade, mas ainda permitir a passagem de 90% da luz disponível externamente.
Ou, uma alteração de configuração pode diminuir a intensidade da luz que entra ou mudar a cor da luz ao longo de um espectro que vai do azul suave até o amarelo quente, considerada a luz mais confortável para o ser humano.
Essa possibilidade de manipular a faixa de transparência da janela traz outra vantagem: é possível controlar a passagem da radiação infravermelha, deixando o calor lá fora, no verão, ou do lado de dentro, no inverno.
Melhor de tudo, colaborando com parceiros da indústria, a equipe demonstrou que a janela inteligente pode ser fabricada a um custo significativamente mais baixo do que as similares atuais, além do que a tecnologia pode ser aplicada a janelas já instaladas.
Finalmente uma janela inteligente... e discreta
Princípio de funcionamento da tinta eletrônica, que pode funcionar também em telas de equipamentos eletrônicos. [Imagem: Sayantika Mukherjee]
Tinta eletrônica
Tudo isto foi obtido por um sistema de "tinta eletrônica".
"Basicamente, uma cor tem uma carga, outra cor tem outra carga, e nós aplicamos uma tensão para repelir ou atrair as cores em diferentes posições. A tecnologia básica não é muito diferente do que o nosso grupo já havia demonstrado anteriormente em telas eletrônicas," explicou Sayantika Mukherjee, desenvolvedora da tecnologia.
"O maior desafio foi encontrar uma estrutura adequada a fim de aplicar a tecnologia para a área superficial maior de uma janela de uma forma que fosse barato e relativamente fácil. O maior impacto para nós foi perceber o potencial de alguns poucos modos de operação seletiva, como mudar a temperatura de cor e o nível de sombreamento para privacidade," disse a pesquisadora.
A tinta eletrônica pode ser aplicada durante o processo de fabricação das janelas ou ser aplicada em revestimentos para serem sobrepostos às janelas já instaladas.
Bibliografia:

Electrokinetic pixels with biprimary inks for color displays and color-temperature-tunable smart windows
Sayantika Mukherjee, W. L. Hsieh, N. Smith, M. Goulding, Jason Heikenfeld
Applied Optics
Vol.: 54 - Issue 17 - Page 5603
DOI: 10.1364/AO.54.005603

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Elemento químico é visto transformando-se em outro pela primeira vez

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/06/2015

Elemento químico é visto pela primeira vez transformando-se em outro
A equipe precisou de paciência para flagrar o momento exato em que o iodo se transformava em telúrio. [Imagem: Sykes/Michaelides Labs]
Alquimia moderna
Químicos conseguiram ver pela primeira vez um elemento químico transformando-se em outro.
E, durante esse processo, eles inesperadamente descobriram uma forma de tornar mais eficazes os tratamentos de radioterapia para o câncer.
Alex Pronschinske e seus colegas da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, flagraram todo o processo durante o qual o iodo-125, um isótopo radioativo usado em terapias contra o câncer, se transformava em telúrio-125, um isótopo não-radioativo do elemento telúrio.
A transformação de um elemento em outro foi documentada em um experimento no qual Pronschinske colocou o iodo-125 em uma única gota de água e a depositou sobre uma camada fina de ouro. Quando a água evaporou, os átomos de iodo se ligaram com o ouro.
Ele então colocou a amostra no microscópio, e ficou esperando para ver.
Meia-vida
Os átomos de iodo-125 têm uma meia-vida de 59 dias, o que significa que metade dos átomos de uma amostra desse radioisótopo irá decair nesse período, liberando uma grande quantidade de energia e se tornando um isótopo de telúrio.
O problema é saber o momento exato para olhar no microscópio e flagrar um único dos bilhões de átomos presentes na amostra passando por esse processo.
Isso exigiu que a equipe fizesse turnos de até 18 horas de trabalho durante várias semanas, até finalmente flagrar o processo de decaimento em toda a sua glória.
Elemento químico é visto pela primeira vez transformando-se em outro
Foto do aparato experimental onde a transformação foi observada. [Imagem: Alex Pronschinske et al. - 10.1038/nmat4323]
Alquimia para o câncer
A equipe descobriu que, durante o processo de decaimento, a emissão de elétrons de baixa energia do iodo-125 misturado com ouro é seis vezes maior do que a emissão do elemento radioativo isoladamente, como ele é usado hoje nas radioterapias.
Os elétrons de baixa energia são muito eficazes nos tratamentos oncológicos porque eles quebram o DNA das células doentes, mas viajam distâncias muito curtas, o que inibe sua ação sobre as células saudáveis - esses elétrons viajam apenas de 1 a 2 nanômetros, o que pode ajudar a tornar as radioterapias mais eficazes e mais precisas.
A equipe agora pretende fabricar novas amostras de iodo-125 sobre películas ou nanopartículas de ouro e testar seu uso em tratamentos oncológicos. As nanopartículas poderiam ser atreladas a anticorpos que as levem até os tumores, onde farão seu trabalho durante vários dias - até o decaimento de toda a fármaco -, afetando menos os tecidos saudáveis.
Bibliografia:

Enhancement of low-energy electron emission in 2-D radioactive films
Alex Pronschinske, Philipp Pedevilla, Colin J. Murphy, Emily A. Lewis, Felicia R. Lucci, Garth Brown, George Pappas, Angelos Michaelides, E. Charles H. Sykes
Nature Materials
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nmat4323

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Motor e gerador funcionam com evaporação da água

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/06/2015

Motor e gerador funcionam com evaporação da água
O movimento de pistão é gerado pela série de fitas postas sobre um pequeno depósito de água. [Imagem: Xi Chen/Columbia University]

Energia da evaporação
Pesquisadores da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, demonstraram que é possível construir motores alimentados pela evaporação da água.
Eles construíram um motor rotativo que impulsiona um carrinho de brinquedo e um motor-gerador acionado por um pistão que gera eletricidade suficiente para acender um LED, ambos acionados pela umidade gerada pela evaporação de uma pequena quantidade de água.
A ideia de Xi Chen e seus colegas é que essa técnica possa ser escalonada para grandes dimensões, gerando "energia verde" a partir de grandes geradores flutuantes instalados no mar ou em represas.
"A evaporação é uma força fundamental da natureza. Ela está em todos os lugares, e é mais potente do que outras forças, como as do vento e das ondas," disse o professor Ozgur Sahin, coordenador da equipe.
Empurrado por esporos
Os equipamentos não funcionam diretamente da água se vaporizando na atmosfera, mas seguindo um mecanismo baseado no comportamento de esporos bacterianos, que incham e se encolhem em resposta a variações na umidade - foram usados esporos de Bacillus subtilis.
Para construir o motor flutuante a pistão, os esporos foram colados nos dois lados de uma fita plástica flexível, perfeitamente espaçados, mas de forma que os esporos de um lado da fita correspondam aos espaços vazios do outro lado.
Quando o ar seca os esporos, eles encolhem, curvando a fita onde estão fixados, fazendo-a ondular e encurtar. Se um dos dois lados da fita estiver ancorado, ela puxa o que estiver preso do outro lado. Inversamente, quando o ar fica úmido, os esporos incham, fazendo a fita se distender, liberando a força e gerando o movimento de pistão.
O resultado é um novo tipo de músculo artificial que é controlado alterando a umidade no seu entorno. Vários deles foram postos lado a lado no interior de um cilindro plástico e de um sistema fechado de persianas, no interior dos quais a evaporação varia a umidade do ar, movimentando os mecanismos.
Motor a evaporação
Motor e gerador funcionam com evaporação da água
As pequenas fitas curvam-se pelo movimento dos esporos (observe sua distensão na parte direita do mecanismo), movimentando o carro. [Imagem: Xi Chen/Columbia University]
O motor rotativo parece mais dinâmico e tem um projeto mais simples, sendo construído com pequenos pedaços de fita com esporos apenas na extremidade.
O invólucro é fechado de um lado e aberto do outro, de forma que as fitas com esporos fiquem, ora no ar seco, ora no ambiente úmido, o que faz com que o músculo artificial contraia em uma parte e se distenda na outra, gerando um mecanismo rotativo contínuo - a equipe batizou o motor de "moinho de umidade".
Posto sobre um carrinho em miniatura, o motor move o veículo em baixa velocidade, mas de forma praticamente contínua.
Para cima e avante
Nos experimentos, uma superfície de oito centímetros quadrados de água produziu uma média de 2 microwatts de energia, embora a equipe relate ter medido picos de até 60 microwatts.
Fazendo os cálculos, os pesquisadores estimam que uma versão com mais esporos e fitas com propriedades mais adequadas - eles usaram poliimida - poderá gerar mais energia por área do que uma fazenda eólica de aerogeradores.
Bibliografia:

Scaling up nanoscale water-driven energy conversion into evaporation-driven engines and generators
Xi Chen, Davis Goodnight, Zhenghan Gao, Ahmet H. Cavusoglu, Nina Sabharwal, Michael DeLay, Adam Driks, Ozgur Sahin
Nature Communications
Vol.: 6, Article number: 7346
DOI: 10.1038/ncomms8346

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Painéis solares flexíveis vendidos por metro

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/06/2015

Painéis solares flexíveis vendidos por metro
Com investimentos da empresa indiana Tata, a fábrica ocupa uma área de 4.500 metros quadrados, com 55 funcionários. [Imagem: Empa]

Painéis solares de plástico
Engenheiros da Escola Politécnica de Zurique (ETH), na Suíça, inauguraram a planta-piloto de uma fábrica de painéis solares flexíveis com uma tecnologia que promete baixar muito o preço da energia solar.
As células solares são do tipo "filme fino", compostas por componentes que são aplicados na forma de tinta sobre uma folha de plástico flexível.
As células solares propriamente ditas são feitas de uma liga semicondutora de cobre-índio-gálio-(di)selenieto - por isso conhecidas como células solares CIGS.
Desta forma, os painéis são fabricados em um processo contínuo, conhecido como rolo a rolo - o processo de alta velocidade é em tudo similar à forma como são impressos jornais ou revistas.
A planta-piloto foi inaugurada pela empresa emergente Flisom, fundada pelos pesquisadores com suporte do governo suíço e com investimentos privados.
A fábrica tem 4.500 metros quadrados, com uma capacidade de produção de 15 MW (megawatts) de painéis solares, na forma de rolos de um metro de largura.
Células solares CIGS
Desde 2011, a equipe do professor Ayodhya Tiwari vem batendo recordes de eficiência com as células solares CIGS.
Agora, já como empresário, Tiwari afirma esperar fabricar painéis solares flexíveis com custos abaixo de € 0,35/Wp (potência de pico). Com um custo mais baixo de instalação do que os painéis solares rígidos de silício, isso significaria custos de € 0,6/Wp de capacidade instalada.
As células solares flexíveis são fabricadas em módulos de 5 x 5 centímetros, e apresentam uma eficiência geral de conversão da luz solar em eletricidade de 16,7%.
Os painéis solares flexíveis podem ser colados sobre diversos tipos de superfície, incluindo bases rígidas, o que significa que eles podem substituir os painéis solares tradicionais, feitos com células solares de silício.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Celulares farão download de energia para baterias

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/05/2015

Celulares farão download de energia do ar
A ideia é inicialmente incorporar a antena de reciclagem de energia em capas de celulares. [Imagem: Nikola Labs/Divulgação]

Download de energia
Engenheiros da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, anunciaram o lançamento no mercado nos próximos dias de uma tecnologia que permitirá fazer "download de energia do ar" para recarregar a bateria de celulares.
A frase de impacto é um bom apelo comercial para uma tecnologia que vem sendo desenvolvida por inúmeras equipes ao redor do mundo e que já possui utilização comercial: a colheita de energia a partir das ondas eletromagnéticas presentes no ambiente.
De acordo com Chi-Chih Chen e seus colegas, melhorias obtidas pela equipe - que eles não detalham por questões comerciais - obteve um aumento considerável de eficiência, permitindo reaproveitar até 30% da energia dissipada pelo próprio aparelho.
"Quando nos comunicamos com uma torre de celular ou com um roteador Wi-Fi, grande parte da energia é desperdiçada. Nós reciclamos uma parte dessa energia de volta para a bateria," disse Chen, acrescentando que quase 97% dos sinais emitidos por um celular nunca alcançam seu destino.
Colheita de energia
O uso de antenas na forma de bobinas para capturar as ondas eletromagnéticas presentes no ambiente é a base de funcionamento das etiquetas RFID, que estão substituindo os códigos de barra. Vários tipos de sensores também já utilizam essa técnica para substituir inteiramente as baterias.
Até agora, porém, ninguém havia conseguido um rendimento acima de uns poucos microwatts - como um chip-gerador de energia construído por engenheiros do MIT -, apesar de promessas recentes de uma antena de absorção total feita com metamateriais. Para comparação, um telefone celular típico necessita uma potência mil vezes maior, na faixa dos miliwatts.
"Ninguém consegue recarregar um telefone celular a partir do ar, mas nós podemos reduzir o consumo de energia recuperando uma parte desses miliwatts perdidos. Pense nisso como um extensor da bateria, e não como um carregador," reconhece Lee, acrescentando que a tecnologia desenvolvida pela equipe aumenta a vida útil das baterias em 30%.
Muito caro
A ideia é inicialmente incorporar a antena de reciclagem de energia em capas de celulares. Para isso, a equipe fundou uma empresa, chamada Nikola Labs, que lançará brevemente uma campanha de arrecadação de fundos coletivos para viabilizar a fabricação dos primeiros exemplares. Eles estimam que cada capa poderá custar o equivalente a US$100,00 (cerca de R$315,00).
Futuramente, a equipe pretende licenciar a tecnologia para que ela seja incorporada no próprio gabinete plástico dos celulares e tablets.