quinta-feira, 30 de abril de 2015

Engenheiro quer usar drones para plantar 1 bilhão de árvores

Por Indústria Hoje
Postado por: Vivian Fiorio em: 28, abr, 2015
A startup americana BioCarbon Engeneering definiu a ambiciosa meta de plantar 1 bilhão de árvores ao longo de um ano, usando drones.
drones
São Paulo – Plantar 1 bilhão de árvores ao longo de um ano, usando drones. Esta é a ambiciosa meta da startup americana BioCarbon Engeneering, liderada por Lauren Fletcher, um ex-engenheiro da Nasa que agora estuda maneiras de utilizar a tecnologia para o bem da humanidade. O plano se baseia nas estimativas da companhia de que 26 bilhões de árvores sejam derrubadas pela expansão urbana, enquanto somente 15 bilhões são replantadas por ano.
“Vamos combater o desflorestamento em escala industrial com o reflorestamento em escala industrial”, afirma Fletcher em um dos vídeos de divulgação. O método de plantio é diferente do tradicional, que consiste em jogar sementes secas no chão. Segundo a companhia, isso faz com que o índice de sobrevivência seja baixo.
O processo começa com a análise do solo, feita pelos drones. Imagens em alta definição são captadas e mapas em 3D são gerados para avaliação da empresa. Ao encontrar um local adequado, as máquinas voam a uma altura de dois a três metros do chão e, então, liberam cápsulas com sementes pré-germinadas cobertas com um hidrogel nutritivo.
Os drones também acompanharão o processo de crescimento das árvores e poderão repor as sementes, se necessário. A empresa não diz que o método é melhor do que a plantação feitas por pessoas, mas certamente é mais veloz e 15% mais barato.
Dois operadores humanos controlarão diversos drones para que eles plantem 36 mil árvores por dia. “O único jeito de atacarmos problemas antigos é utilizando técnicas que não estavam disponíveis antes”, diz Fletcher.
Segundo um estudo, divulgado em março deste ano pela revista Science Advances, 70% das florestas do mundo estão ameaçadas pelo desmatamento.
Por enquanto, a BioCarbon tem um protótipo que foi apresentado na Drones for Good, uma mostra de iniciativas que usam os drones para o bem da humanidade, realizada nos Emirados Árabes. A previsão é que a empresa tenha versões totalmente funcionais dos aparelhos até o final de setembro deste ano.
Fonte: Exame

terça-feira, 28 de abril de 2015

Vídeo mostra como será a principal obra da Sabesp em 2015 para abastecer a Grande SP

POR INDÚSTRIA HOJE

POR ASSESSORIA DE IMPRENSA

Publicado em 24 de abril de 2015
Um vídeo produzido pela Sabesp mostra como será feita a principal obra para garantir o abastecimento da Grande São Paulo neste ano. A interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê vai transferir 4.000 litros de água por segundo ao longo de 11 km de tubulações e de um córrego no leste da Região Metropolitana. Esse bombeamento fará com que regiões que hoje recebem água do Sistema Cantareira possam ser atendidas pelo Alto Tietê, ajudando a aliviar o manancial em crise. 

A obra começa nos próximos dias e deve estar concluída em agosto. O investimento de cerca de R$ 130 milhões inclui a instalação de quatro bombas para empurrar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC (onde fica o Sistema Rio Grande) de Suzano (no Alto Tietê). Conta também com as adutoras que vão transportar a água até o córrego Taiaçupeba-Mirim. Por esse curso d’água o volume chegará até a represa Taiaçupeba. É lá que fica a estação de tratamento de água do Sistema Alto Tietê. 

A apresentação mostra também as duas linhas férreas pelas quais a tubulação passará: a linha 10-Turquesa da CPTM, perto da estação Rio Grande da Serra, e os trilhos de transporte de carga, perto de Ribeirão Pires e Suzano. 

A interligação é a mais importante das obras que a Sabesp está executando em 2015. O Sistema Rio Grande chegou a mais de 97% de armazenamento de água no final de março. Para aproveitar esse estoque de água, a Sabesp vai bombear 4.000 litros por segundo para o Sistema Alto Tietê. Essa medida é essencial para garantir o abastecimento da população no período de estiagem, que vai até o fim de setembro. O Alto Tietê tem grande capacidade de tratamento de 15 mil litros por segundo, mas suas represas estão com nível mais baixo. Com o bombeamento, a Sabesp levará a matéria-prima (água disponível na represa Rio Grande) até o local onde existe maquinário para fazer o tratamento (Sistema Alto Tietê). 

Além dessa obra, outras duas são essenciais para levar mais água para o Alto Tietê. Uma delas já foi entregue e está em operação desde 27 de janeiro: é a ampliação da transferência de água do córrego Guaratuba para a represa Ponte Nova, que compõe o Sistema Alto Tietê. O investimento, feito em pouco mais de dois meses pela Sabesp, fez com que o volume transferido subisse de 500 litros por segundo para 1.000 l/s. O Guaratuba nasce na serra do Mar e deságua em Bertioga, no litoral. Parte de sua vazão é bombeada em direção ao Alto Tietê. 

A importância dessa obra é aumentar a quantidade de água que entra no Sistema Alto Tietê neste período de poucas chuvas. O sistema é composto por cinco represas (Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba-Mirim, Jundiaí e Taiaçupeba). Elas são alimentadas pela chuva direta sobre elas e pelos rios que as abastecem. Portanto, a entrada de mais água do Guaratuba amplia o nível de todo o sistema. 

Outra intervenção com o mesmo objetivo é a nova captação do rio Guaió. A Sabesp está construindo 9 km de adutoras para ligar o Guaió à represa Taiaçupeba. Orçada em R$ 28,9 milhões, a obra começou em fevereiro e irá até maio. A tubulação levará 1.000 litros de água por segundo para o ribeirão dos Moraes, afluente do rio Taiaçupeba-Mirim que, por sua vez, deságua na represa Taiaçupeba. A obra está sendo implantada no município de Suzano, na divisa com Ferraz de Vasconcelos, com mão-de-obra própria da Sabesp. O Guaió nasce na cidade de Mauá, no ABC, e passa por Ribeirão Pires, Suzano, Ferraz de Vasconcelos e Poá. 

A importância do Sistema Rio Grande 
O Sistema Rio Grande ganhou importância ao longo de 2014 diante da crise hídrica. Mesmo com a seca, esse reservatório registrou boa quantidade de chuva. A adoção do bônus na conta também fez com que o fornecimento para o ABC diminuísse, já que o consumo caiu. Com a água excedente, a Sabesp executou ainda em 2014 obras para que o sistema passasse a chegar até Santo André. 

Associado a isso, a companhia aumentou a produção de água potável no Rio Grande. No final do ano passado, a capacidade subiu de 5.000 para 5.500 litros de água potável por segundo. A Sabesp instalou na respectiva estação de tratamento equipamentos de ponta, chamados de membranas ultrafiltrantes. Essa combinação de fatores permitiu que, neste ano, o Sistema Rio Grande passasse a abastecer a capital pela primeira vez desde que foi criado, em 1958. 


https://youtu.be/5a-c49__omI

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Invisibilidade mecânica - agora para arquitetura e engenharia

Por Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/04/2015

Invisibilidade mecânica - agora para arquitetura e engenharia
Em uma colmeia comum (esquerda), um furo é compensado por uma distorção (direita). As forças externas operam como se o furo não existisse - como se ele fosse invisível.[Imagem: T. Bückmann/KIT]

Matemágica
Os mantos da invisibilidade e todos os metamateriais que os viabilizaram foram possíveis graças a avanços na matemática, envolvendo campos como a transformação de coordenadas, que viabilizaram a óptica transformacional e, por decorrência, seu uso para manipular as ondas eletromagnéticas, fazendo as coisas sumirem de vista.
Mas o poder dessa quase "matemágica" é maior do que parecia. No ano passado, uma equipe do Instituto de Tecnologia Karlsruhe, na Alemanha, adaptou o conceito para materiais tridimensionais, criando o primeiro manto da invisibilidade mecânica, um material que faz "desaparecer" qualquer coisa posta embaixo dele.
Agora, a mesma equipe foi além, desenvolvendo ferramentas matemáticas que permitem o uso da técnica para virtualmente qualquer material ou estrutura 3D, de qualquer tamanho: as estruturas de um edifício, por exemplo.
Para lançar as bases daquilo que pode ser uma revolução na arquitetura e na construção civil, Tiemo Bückmann e seus colegas simplificaram as técnicas matemáticas de transformação de coordenadas espaciais usando a estrutura de favos de mel.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Redução do consumo de água em um condomínio de classe média - Estudo de caso

com informações de Instituto de engenharia

POR JOSÉ EDUARDO CAVALCANTI, ENGENHEIRO químico associado ao Instituto de Engenharia

Publicado em 22 de abril de 2015

Tomemos por base um condomínio de classe media localizado nos Jardins com 17 andares e 34 apartamentos sendo dois por andar: 

O prédio é habitado por cerca de 100 pessoas incluindo moradores e funcionários. Cada apartamento possui 4 banheiros completos. Não possuímos piscina no prédio. 
A média de consumo (em metros cúbicos) do condomínio no período de fevereiro/2013 a janeiro/2014 foi de 1127m3. Desta forma, a meta com redução de 20% no consumo foi estabelecida pela Sabesp em 902m3. 

Graças à colaboração de todos, desde setembro passado o consumo de água do condomínio tem diminuído de forma consistente até janeiro deste ano, quando experimentou ligeira alta. Entretanto, desde novembro o consumo ficou abaixo da meta, possibilitando ao condomínio usufruir do desconto de 30% nas contas. Além da economia decorrente da diminuição do consumo (vide gráfico), os descontos obtidos até março de 2015 somaram R$4.575,25. 



Considerando-se o mês de março, nosso prédio gastou em 2014, 1064 m3, enquanto em 2015 o consumo foi de 790 m3. Isto equivale, respectivamente, a 31 e a 23 m3/apartamento.mês ou uma redução de 39%. 

A título comparativo, de acordo com pesquisas da Sabesp o consumo de água neste mesmo mês nos bairros Jardins foi de 15 m3 caindo 24.4% em relação à março de 2014 quando o gasto médio foi de 19.8 m3. Em toda a cidade, contudo, o gasto médio por domicílio foi de 28.8%. Estes dados levam em conta também o consumo comercial e de serviços nesta região. 

Mas o importante é ressaltar que existe uma grande margem para redução do consumo de água não somente em residências mas também em estabelecimentos industriais e de serviços a partir da adoção de medidas de cunho sustentável. 

Como ajuda para o esforço de redução de consumo em nosso prédio algumas sugestões propostas com base nas diretrizes de economia de água da Sabesp foram afixadas nos elevadores à disposição dos moradores. 

Dentre estas, destacam-se as seguintes “dicas”: 

“Tendo em vista que nas residências, a maior utilização de água se deve aos banhos, cujo consumo é de 6 litros por minuto (Um banho de 10 minutos consome 60 litros de água), sugere-se que o tempo do chuveiro em funcionamento seja reduzido em pelo menos 20%; 

Como a descarga com válvula Hidra com acionamento de 6 segundos consome 14 litros de água sugere-se acioná-la apenas para os esgotos cloacais utilizando-a parcimoniosamente no caso de outros rejeitos (líquidos); 

No caso de uma máquina de lavar de 5kg o ciclo completo de lavagem consome 185 litros de água. Como economia, sugere-se que se limite o uso para no máximo 3 vezes por semana e apenas quando estiver cheia; Ao lavar roupa no tanque, a torneira deve ser mantida fechada enquanto ensaboa e esfrega. A economia a cada 15 minutos é de 270 litros”. 

Nos condomínios, particularmente, apenas a conscientização dos moradores mercê a um pequeno esforço já foi suficiente para a redução do consumo de água que poderá ser ainda maior com a adoção de medidas de economia e até de reuso de águas pluviais desde que com finalidades não potáveis. 

Por outro lado, não se justifica que condomínios residenciais promovam o aproveitamento das chamados águas cinzas como água de reuso mesmo para fins não potáveis devido aos riscos à saúde além do que os sistemas de tratamento mesmo aqueles ditos compactos exigiriam custosas e complexos esforços de operação e manutenção difíceis de serem suportados por condomínios principalmente os residenciais. 


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Com Project Fi, Google entra no território das operadoras de celular

Por Indústria hoje

O Google, gigante da internet lançou um serviço de telefonia móvel em grande parte dos Estados Unidos ontem, chamado Project Fi. Confira!
google cel
Usuários de celular, o Google Inc. está ligando para vocês.
O gigante da internet lançou um serviço de telefonia móvel em grande parte dos Estados Unidos ontem, com uma estratégia que desafia muitas das práticas lucrativas que sustentam esse setor dominado pela AT&T Inc.,  Verizon Communications Inc.,  T-Mobile US Inc. e Sprint Corp.
O Google anunciou que o seu novo serviço, chamado Project Fi, custará US$ 20 por mês para voz e texto, incluindo disponibilidade de Wi-Fi e cobertura internacional em mais de 120 países. O Google vai cobrar US$ 10 por gigabyte de dados usado por mês. O custo médio mensal ficará entre US$ 15 a US$ 20 mais barato que as ofertas das principais grandes concorrentes.
Diferente da prática do setor, o Google informou que vai creditar as contas dos clientes que não usarem toda a sua cota de dados em um determinado mês.
A medida complica a relação do Google com as operadoras das quais depende para promover e distribuir os telefones que usam o sistema operacional Android e os aplicativos do Google. Mas isso é parte de um esforço crescente da empresa para expandir o acesso à internet e torná-lo mais barato, passos que podem levar a mais clientes para seus outros serviços, como ferramentas de busca e o YouTube.
O problema é que o serviço sem fio do Google ainda tem um longo caminho para se consolidar. Inicialmente, é um produto que funciona apenas para usuários convidados e está disponível em apenas para um aparelho — o Nexus 6, do Google — então os usuários do iPhone não terão acesso a ele. A tecnologia usada pelo Google, de troca de operadoras, não possui um forte histórico comercial e o Google ainda não foi testado como uma operadora de celulares.
O Project Fi irá se conectar automaticamente com mais de um milhão de pontos gratuitos de Wi-Fi se estiverem disponíveis. Se não estiverem, ele vai funcionar nas redes da Sprint e da T-Mobile, trocando entre as duas dependendo da qualidade do sinal. O Google assinou contratos com as duas.
O serviço está disponível na maior parte dos EUA.
O projeto é o exemplo mais recente de como o Google está se expandindo para além do seu altamente lucrativo negócio de buscas on-line e publicidade, particularmente para o fornecimento de acesso à internet. O objetivo mais amplo do Google é incentivar as pessoas a usar mais a internet, especialmente seus próprios serviços.
“Mesmo em lugares como os EUA, onde as conexões móveis são quase onipresentes, ainda há horas em que se recorre ao telefone para aquela resposta imediata e não há velocidade suficiente”, escreveu num blog na quarta-feira Nick Fox, diretor de gestão de produtos da Google que comandou o desenvolvimento do Project Fi, que demorou cerca de dois anos.
Duas das principais características do Project Fi deveriam preocupar a indústria de telefonia móvel dos EUA, segundo Craig Moffett, um analista da empresa de pesquisa MoffettNathanson LLC.
Por depender de Wi-Fi para algumas conexões, o Google vai cortar custos, disse Moffett. A empresa está passando parte dessa economia aos clientes, com um plano móvel que é mais barato que a maioria dos serviços existentes. O Project Fi custaria US$ 50 por mês para alguém que use três gigabytes de dados por mês, US$ 15 mais barato que um plano comparável da AT&T; US$ 25 mais barato que o da Verizon e US$ 10 abaixo do da T-Mobile.
Por enquanto, no entanto, ele disse que o serviço está mais para um produto de “nicho”. Ele disse que a Google pode querer agradar as grandes operadoras de telefonia celular porque elas são parceiras da empresa em outras áreas, incluindo o seu negócio maior de celulares Android.
“Estamos orgulhosos de viabilizar a entrada do Google na indústria de acesso móvel como provedora de serviço”, disse um porta-voz da Sprint. Num post num blog, o diretor-presidente da T-Mobile, John Legere, disse que não houve a menor dúvida quanto a lançar a parceria com a Google no serviço.
A AT&T chamou o Project Fi um produto de nicho. A Verizon não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Google tem descrito o Project Fi como uma experiência em pequena escala para estimular novos tipos de serviços móveis e ela espera que empresas existentes o adotem. É algo similar ao Google Fiber, que oferece internet de banda larga a residências e é cerca de 100 vezes mais rápida que a média nos EUA. O serviço só é oferecido em algumas cidades, mas tem levado provedores concorrentes de banda larga como a AT&T e a Comcast Corp. a melhorar seus próprios serviços de internet.
Fonte: The Wall Street Journal

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Investidores americanos e chineses compram o Cirque du Soleil

Por Indústra Hoje

Postado por: Vivian Fiorio em: 20, abr, 2015

O Cirque du Soleil foi vendido a um consórcio liderado pela empresa de investimentos americana TPG e a chinesa Fosun nesta segunda-feira.
cirque
O Cirque du Soleil foi vendido a um consórcio liderado pela empresa de investimentos americana TPG e a chinesa Fosun, por uma soma ainda não divulgada, anunciou nesta segunda-feira o grupo canadense de espetáculos circenses.
Os compradores querem expandir o Cirque du Soleil na China, indicou o grupo em um comunicado.
A TPG terá uma participação majoritária na empresa, enquanto que seu fundador, Guy Laliberté, conservará uma participação minoritária, e continuará contribuindo com a direção estratégica e artística da empresa.
Fonte: Isto É Dinheiro

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Cuidados no reaproveitamento da água da chuva

Por Inovação Tecnológica

Com informações do IPT - 25/02/2015
Cuidados no reaproveitamento da água da chuva
Exemplo de sistema permanente de captura da água da chuva. Sistemas simplificados também demandam tratamento dos volumes coletados.[Imagem: IPT]

Coleta de água da chuva
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, o aproveitamento de água da chuva possui requisitos mínimos que devem ser respeitados para garantir o funcionamento do sistema e, principalmente, para assegurar a qualidade dos volumes coletados.
O telhado ou a laje de cobertura da edificação funcionam como área de captação. "Jamais deve-se fazer a captação a partir de pisos", explica o pesquisador Luciano Zanella, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
Calhas e tubos direcionam facilmente as águas até um reservatório, mas é preciso prever um sistema de tratamento, cuja complexidade vai depender dos usos pretendidos.
Em alguns casos, pode-se pensar em uma rede de distribuição da água para pontos de consumo de água não potável, caso das bacias sanitárias. Em edificações já construídas, entretanto, é indicado optar por sistemas simplificados, uma vez que o custo de novas instalações hidráulicas prejudicará a viabilidade financeira do projeto.
Dois aspectos não podem ser ignorados: o espaço disponível para a instalação do reservatório e, quando a intenção for instalá-lo sobre a laje de cobertura, a capacidade da estrutura para suportar o peso adicional. "A carga extra de um reservatório cheio de água pode não ser suportada por alguns tipos de construção", ressalta Zanella.
A capacidade de reservação deve levar em conta a demanda por água não potável. O número de usuários e seus hábitos de consumo, além das diversas aplicações que essa água pode ter na edificação, como limpeza de pisos e rega de jardins, também precisam ser levados em conta.
Tratamento da água de chuva
É imprescindível, alertam os pesquisadores do IPT, desprezar as primeiras chuvas. São elas que vão arrastar os poluentes presentes no ar e lavar a sujeira acumulada na área de captação. As recomendações técnicas indicam um descarte em torno de um a dois litros de água da primeira chuva para cada metro quadrado de telhado. Assim, se a cobertura tem 20 metros quadrados, é necessário desconsiderar um volume entre 20 e 40 litros.
Um sistema mínimo de tratamento das águas pluviais envolve não somente o descarte das primeiras águas, mas a remoção dos sólidos, como folhas, galhos e areia, por meio da utilização de filtro ou tela. "É recomendada a desinfecção com compostos de cloro, quando existir a possibilidade de contato da água com a pele do usuário ou quando o tempo de armazenamento for longo," esclarece o pesquisador Wolney Castilho Alves.
Sistemas permanentes de aproveitamento da água da chuva, instalados com o objetivo de suplementar o abastecimento para fins não potáveis, demandam sistemas mais complexos de tratamento. É possível encontrar no mercado filtros e componentes de desinfecção que devem ser empregados nesses casos. É exigido, para sistemas de uso integrados à edificação, um projeto elaborado por profissional devidamente habilitado.
Armazenamento de água
A qualidade da água está diretamente relacionada com o seu armazenamento. Por isso, é fundamental manter o reservatório com tampa e com quaisquer aberturas fechadas para evitar a proliferação de mosquitos ou mesmo a contaminação da água pela entrada de ratos ou insetos.
Além disso, o reservatório deve ser protegido de impactos e da luz solar, e também se deve prever uma saída de fundo no reservatório que propicie sua limpeza, quando for necessária. Os pesquisadores do IPT alertam ainda para a importância de manter o reservatório longe do acesso de crianças para evitar acidentes.
O mais comum é utilizar a água de chuva para a rega de jardins e plantações, lavagem de carros e pisos e também em descargas de bacias sanitárias. Em condições anormais de abastecimento, desde que se mantenha a forma adequada de coleta, tratamento e armazenamento, é possível considerar o uso para lavagem de roupas, louças e para o banho.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Maravilhas da engenharia: prédio de 632 metros usa imã para evitar balanços

Por Instituto de Engenharia com informações de TECMUNDO

Publicado em 6 de abril de 2015

Talvez você não saiba disso, mas grandes construções não são as estruturas mais estáveis do mundo. Por causa dos ventos, prédios muito altos podem passar por situações em que realmente “balançam” e isso pode ser um grande problema para as pessoas que vivem neles — não apenas por um risco de queda de todo o prédio após a fadiga da obra, mas porque a instabilidade pode causar náuseas fortes em quem está nele. 

Pensando nisso, os engenheiros responsáveis pelo projeto da torre The Shangai Tower (construída no distrito financeiro de Pudong de Xangai, a maior cidade de toda a China) decidiram usar um sistema bem ambicioso. Em vez de utilizar apenas os pêndulos que são escolhidos geralmente para a compensação dos movimentos, eles instalaram um ímã gigantesco na base do prédio.



Com este novo sistema, os engenheiros esperam fazer com que nenhum tipo de sensação seja sentida por quem estiver nos 121 andares da torre chinesa — mesmo quem estiver no topo dos mais de 630 metros que fazem parte da gigantesca obra. 

Como funciona o sistema? 

Cabos de aço seguram um pêndulo — com 1.000 toneladas de aço —, que é mantido em inércia para a verificação de possíveis instabilidades. Para evitar que todo esse peso cause balanços ainda maiores, grandes amortecedores hidráulicos são instalados nas bases do pêndulo. Abaixo de tudo isso está o grande trunfo da torre de Xangai: o ímã que mencionamos anteriormente.



Este gigantesco objeto magnético na verdade é composto por 125 ímãs de alto campo, aplicados sob uma grande estrutura de cobre (disposta em uma placa de 10 metros por 10 metros). Quando alguma instabilidade é sentida no prédio, o pêndulo acima se move e ativa uma corrente elétrica no “prato de cobre”, que consegue criar um campo contrário às forças externas e mantém tudo no lugar correto. 

Vale dizer que toda a energia necessária para as ativações mencionadas são criadas no próprio sistema — pois a ativação dos campos magnéticos é capaz de transformá-los em energia elétrica, dispensando qualquer fonte externa de energia. O resultado de tudo isso é justamente o que os engenheiros tanto precisam: estabilidade em toda a construção, mesmo com fortíssimos ventos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Projeto de emenda para norma da ABNT sobre execução de reformas em edificações entra em consulta pública nacional

NBR 16280 - Reforma em edificações - Sistema de gestão de reformas - Requisitos ganhou a Emenda 1, que estabelece, entre outras coisas, diretrizes para a segurança dos edifícios durante as obras

POR PINIWEB

Publicado em 14 de abril de 2015

Está em consulta pública nacional até o dia 27 de abril a emenda para a NBR 16280 - Reforma em edificações - Sistema de gestão de reformas - Requisitos, revisada pelo Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados (CB-18) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A normativa estabelece requisitos para a elaboração de plano de reforma, considerando alterações em áreas privativas das edificações. 

A revisão do texto contempla a inclusão da Emenda 1, elaborada pela Comissão de Estudo de Reformas em Edificações da ABNT, que determina, entre outras coisas, a preservação dos sistemas de segurança existentes na edificação durante a reforma; apresentação de toda e qualquer modificação que altere ou comprometa a segurança da edificação ou do seu entorno e sistemas comuns da edificação à análise da incorporadora, construtora e do projetista; descrição dos processos de reforma de forma clara e objetiva, atendendo aos regulamentos exigíveis para a execução das obras; e previsão de recursos necessários para o planejamento da reforma, tais como materiais, técnicos, financeiros e humanos. 

Ainda sobre a segurança, a nova emenda estabelece para as áreas privativas que, durante a realização das obras de reforma, todos os sistemas de segurança da edificação devem permanecer em funcionamento ou, se necessário, devem ser previstos sistemas alternativos; e que não deve ocorrer obstrução, mesmo que temporária ou parcial, das saídas de emergência da edificação. 

Os interessados poderão fazer sugestões e recomendações ao CB-18 através do site da ABNT. O livro Laudo de Reforma - A NBR 16.280 na prática, da Editora Pini, detalha os principais conceitos para a elaboração de laudo de reforma considerando as normas da ABNT.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Laboratório do Google desenvolve tecnologia para bateria

Por Indústria Hoje

O Google X, o misterioso laboratório de inovação do Google, está desenvolvendo novas tecnologias para baterias de longa vida que equipem para seus próximos produtos na área de hardware.
google2
O Google X, o misterioso laboratório de inovação do Google, está desenvolvendo novas tecnologias para baterias de longa vida que equipem para seus próximos produtos na área de hardware.
Segundo o Wall Street Journal, uma equipe de quatro pessoas trabalha desde 2012 no projeto, liderado por Ramesh Bhardwaj, um ex-funcionário da Appleespecialista em baterias.
Nos últimos anos, o Google passou a desenvolver produtos para setores como transportes, saúde e bem estar, robótica e comunicações, e precisa de baterias mais eficientes.
Em uma entrevista feita em 2013, o presidente Larry Page disse que a duração de baterias para dispositivos móveis é uma “grande questão” com “potencial real para inventar novas e melhores experiências.”
Segundo o jornal, Bhardwaj teria dito a executivos da indústria da tecnologia que o Google tem pelo menos 20 projetos que precisam de baterias, como o carro autônomo e o Google Glass.
A equipe do Google X estaria tentando realizar avanços na tecnologia das baterias íon-lítio, o modelo convencional, além de criar novas tecnologias, mais finas, maleáveis e vestíveis.
Fonte: Exame

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Briga na Usiminas vai de Tóquio a Milão e dá chance a locais

Bobina da Usiminas: 3 anos após a Nippon e a Techint concordarem em controlar em conjunto a Usiminas que tem sede em BH, a associação está em dificuldades
aço aco
Rio de Janeiro – O que começou como uma aliança para levar equilíbrio e direcionamento à segunda maior siderúrgica do Brasil se transformou em uma briga que se estende por três continentes e está prejudicando o esforço da empresa para lidar com a crise internacional das commodities.
De um lado está a Nippon Steel Sumitomo Metal Corp., do Japão, com mais de 50 anos de experiência, navegando silenciosamente pelas águas perigosas das elites empresariais do Brasil.
Do outro está a Techint, um grupo ítalo-argentino com histórico e motivação para reconduzir a empresa à lucratividade e recuperar um investimento de quase US$ 3 bilhões.
Três anos após a Nippon e a Techint concordarem em controlar em conjunto a Usiminas, que tem sede em Belo Horizonte, a associação está em dificuldades.
Dezenas de advogados e assessores estão ajudando a travar uma batalha no conselho de administração da companhia que ajudou a aumentar em quase três vezes o valor das ações ordinárias da empresa nos últimos seis meses, melhor desempenho mundial de um papel da área siderúrgica, ao mesmo tempo em que houve uma queda das ações sem direito a voto juntamente com as perspectivas para o setor.
A disputa está abrindo as portas para os acionistas minoritários, como o bilionário Lírio Parisotto e o banco Grupo BTG Pactual, que podem ganhar um assento no conselho na reunião desta segunda-feira e eventualmente escolher o presidente do conselho.
“Quando você tem um racha no grupo de controle, abre espaço para os minoritários”, disse Ricardo Kim, analista da XP Investimentos em São Paulo, por telefone. “Isso não resolve o problema porque os dois controladores ainda estão lutando”.
O envolvimento da Nippon com a Usiminas remonta ao final dos anos 1950, quando o esforço de industrialização do Brasil levou o governo de Juscelino Kubitschek a unir-se ao Japão em um empreendimento siderúrgico.
Recuperação do investimento
O acordo de 2012 com a Techint, de propriedade da bilionária família Rocca, por meio do qual o grupo italiano nomearia um CEO e a Nippon proporia um presidente para o Conselho de Administração, trouxe esperanças de uma reviravolta operacional por meio de uma gestão focada no corte de custos, no aumento da eficiência e na venda de ativos.
A ação da empresa havia caído para R$ 6,57 no dia 24 de julho, apenas seis meses depois de a Techint ter pago R$ 36 por ação com direito a voto por meio de subsidiárias como a Ternium SA.
A abordagem de participação ativa do grupo italiano começou a render frutos e no primeiro semestre de 2014 a Usiminas registrou seu melhor lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização em quatro anos, mesmo com o crescimento econômico brasileiro a ponto de paralisar.
A falta de harmonia entre os dois sócios controladores foi revelada no final de setembro.
Em uma acalorada reunião do conselho que durou várias horas, o presidente do conselho, Paulo Penido, deu o voto de desempate a favor da demissão do CEO Julián Eguren e de outros dois executivos nomeados pela Techint devido a uma suposta má conduta financeira.
Os executivos negam qualquer irregularidade e desde então adotaram medidas judiciais com pedido de indenização contra Penido em um tribunal de São Paulo. Penido disse, em comentários enviados por e-mail, que a demissão seguiu as regras do conselho.
Pedra no caminho
O destino dos executivos demitidos continua sendo uma pedra no caminho da reconciliação. Quando Paolo Rocca, da Techint, se encontrou com Kosei Shindo, CEO da Nippon, em Moscou em outubro, durante uma conferência da Associação Mundial do Aço, as conversas foram interrompidas depois que Rocca tentou a reintegração do trio despedido, segundo fontes informadas sobre o assunto, que pediram anonimato.
A Ternium está contestando as demissões na Justiça brasileira.
O prêmio das ações com direito a voto da Usiminas em relação aos papéis preferenciais, que não permitem que seus detentores apresentem votos para decisões de políticas corporativas, subiu para recordes R$ 18,14 no dia 24 de março em meio ao aumento da temperatura da disputa antes da reunião desta segunda-feira.
Nos dois anos até junho de 2014, as ações foram negociadas com um desconto médio de 94 centavos, segundo dados compilados pela Bloomberg. As ações preferenciais registram, em média, um volume de negócios mais de cinco vezes maior que o das ações com direito a voto, mostram os dados.
Nomeação do BTG
O BTG Pactual, do bilionário André Esteves, único banco de investimento de capital aberto do Brasil, também está disputando influência na Usiminas, ou Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA, após a nomeação de Marco Antonio Bologna como seu candidato para o conselho.
O BTG pretende contribuir para o desenvolvimento da Usiminas e a experiência de gestão de Bologna será decisiva para isso, disse o banco em uma resposta por e-mail a perguntas enviadas pela Bloomberg.
“Nos últimos meses, o BTG Pactual adquiriu ações ordinárias da Usiminas, diretamente e por meio de um fundo de investimento exclusivo, com o objetivo de capturar o potencial de valorização dos papéis”, disse o banco.
A Usiminas e a Techint preferiram não comentar esta reportagem. A Nippon Steel não respondeu a um e-mail em busca de comentário.
A Ternium conseguiu uma vitória judicial no final de fevereiro quando um juiz de um tribunal de apelação de Minas Gerais decidiu a favor da reintegração de Eguren como CEO.
Outros dois juízes do caso solicitaram mais tempo para estudar o pedido e é esperada uma decisão importante no fim deste mês.
Ainda há esperança
Embora pessoas próximas às empresas não descartem um acordo no último minuto para apresentação de um candidato de consenso para a presidência do conselho na assembleia desta segunda-feira, os controladores discutiram por causa das regras da reunião em comunicados de 2 de abril.
Parisotto, que tem uma fortuna de US$ 1,6 bilhão, segundo o ranking de bilionários da Forbes, foi apresentado como diretor por alguns acionistas minoritários depois que o seu fundo Geração L Par adquiriu uma participação de 5,2 por cento em ações preferenciais da Usiminas e de 1 por cento em ações com direito a voto.
Ele não respondeu a um pedido de comentário enviado por e-mail por um assessor.
Até o dia 2 de abril, Marcelo Gasparino era o único candidato a presidente do conselho, após nomeação pela Tempo Capital Gestão de Recursos Ltda, disse a Usiminas em um comunicado.
A disputa entre as empresas controladoras coincide com uma perspectiva adversa para o setor siderúrgico do Brasil, cuja economia estagnada implica uma demanda fraca.
“Uma coisa é estar num navio no meio de uma tempestade com alguém no controle e outra coisa muito diferente é estar no meio da tempestade sem ninguém no comando”, disse Artur Losnak, analista da Fator Corretora em São Paulo, por telefone. “Nós ainda temos muitos problemas pela frente”.


quinta-feira, 9 de abril de 2015

Programas mais eficientes economizam bateria

Por Inovação Tecnológica

Com informações da Cordis - 09/04/2015
Transparência Energética

Quando se fala em economizar baterias dos notebooks, tablets e celulares, o foco até agora tem sido o hardware - fazer componentes que gastem menos energia.
Mas o hardware é apenas uma parte da história - e, talvez, até mesmo a parte menor.
Mesmo com os hardwares seguidamente otimizados disponíveis hoje, grande parte do potencial de economia de energia continua sendo desperdiçado por programas ineficientes, que consomem recursos importantes que poderiam ser poupados.
Isto é o que demonstrou um projeto financiado pela União Europeia, chamado ENTRA, que tem como sobrenome "Transparência Energética em Sistemas Integrados" e que reuniu pesquisadores de várias instituições e vários países.
Semântica e energia
A equipe criou um software que analisa a semântica da programação dos aplicativos e aponta aos programadores quanta energia será consumida por cada rotina que eles estão escrevendo.
A ferramenta funciona juntamente com o programa em desenvolvimento e, por meio da análise do código e da modelagem do consumo de energia, mostra o quanto cada porção do código que vai sendo escrita irá custar em termos de uso de energia do aparelho.
Em vez de ter que terminar o programa e instalá-lo em uma máquina para saber o quanto ele consome de bateria, o programador vai acompanhando a previsão de consumo conforme escreve o código, podendo então fazer otimizações ou melhores escolhas de projeto.
"Compare isso com a medição da eficiência de combustível de um carro," explica o professor John Gallagher, da Universidade de Roskilde, na Dinamarca. "Você compra um carro supondo que ele irá fazer, digamos, 12 km por litro, mas é claro que isso dependerá do modo como você o dirigir. O mesmo é verdade para a computação."
Devoradores de energia
A ferramenta mostra o consumo de energia em termos de Watts (consumo de energia) ou no gasto absoluto de energia (a energia necessária para terminar a tarefa), dependendo da velocidade do processador (GHz).
Para ter o maior alcance prático possível, os pesquisadores estão testando seu protótipo em três dispositivos tipicamente devoradores de energia: processamento de áudio em tempo real, controle de robôs e motores e distribuição de dados em rede em tempo real.
O projeto terminará em Setembro deste ano, quando então serão anunciadas as formas de disponibilização da nova ferramenta para os programadores.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sem apoio, projeto une tecnologia e design para promover reúso de água

Estadão: http://blogs.estadao.com.br/

Empresa paulistana criou produto similar ao de Bill Gates em 2012, mas não conseguiu financiamento para produção em escala nem apoio da Sabesp, mesmo sendo premiada
Por Camilo Rocha
Estação de tratamento da Sabesp em São Caetano. FOTO: Márcio Fernandes/Estadão
SÃO PAULO – Com linhas modernas, a grande caixa azul e branca parece algo saído de uma prancheta da NASA. Formada por chapas metálicas com bordas curvas, seu design minimalista ganhou prêmios no Brasil e no exterior. Por trás de toda a elegância, porém, o serviço é dos mais pesados: a estação de tratamento compacta Renascente, da Perenne, de São Paulo, se dedica a transformar água suja e usada em um líquido cristalino, pronto para nova utilização. De um lado, entram dejetos de esgoto; do outro, sai água que serve para uma grande variedade de usos.
De cara, a unidade da Perenne remete a uma iniciativa recentemente divulgada por Bill Gates. Chamado Omni Processor, o projeto do fundador da Microsoft consiste em uma volumosa estrutura que foi anunciada na internet com a chamada: “Esta engenhosa máquina transforma fezes em água potável”. Ela começará sua operação em Dakar, capital do Senegal.
A tecnologia usada no processador de Gates “queima” o esgoto a temperaturas acima de 1000 graus. O resultado deste processo é condensado e tratado. A tecnologia da Perenne se baseia em processos físicos e biológicos, sem a necessidade de produtos químicos. A matéria orgânica do esgoto é degradada por microorganismos especialmente preparados. Uma membrana polimérica age depois como uma peneira finíssima, capaz de segurar até bactérias. Seu produto final não é potável, mas adequado para usos como limpeza e irrigação.
Uma diferença importante entre o projeto da Perenne e outros do tipo (incluindo o de Gates) é a solução de design, uma aposta na ideia de que uma unidade de tratamento de esgoto e fezes pode ser também um objeto esteticamente inovador e agradável aos olhos. Estações desse tipo costumam ser estruturas volumosas que ficam longe da vista do público. Já o projeto da Perenne, que ocupa o espaço de uma vaga de carro, ficaria à vontade na frente de um shopping chique como o Iguatemi ou JK.
Segundo o engenheiro Nelson Guanaes, fundador e presidente da Perenne, “não é tão fácil convencer o cliente a investir nisso. Com esse projeto, quisemos chamar a atenção, fazendo uma estação compacta e bonita que servisse como um outdoor para o tratamento”.
A unidade pode proporcionar uma economia de até 30% na conta de água, diz o executivo. Em tempos de crise hídrica, uma vantagem mais do que bem-vinda. Surpreendentemente, a iniciativa ainda não decolou. Desde 2012, só foi construída uma única peça.
De acordo com Guanaes, a intenção é tornar o projeto comercial e desenvolver uma fabricação industrial. Mas a empresa até agora teve dificuldade em obter financiamento para a produção em escala da unidade.
“Tem um mercado fantástico para esse produto”, acredita Guanaes. “Condomínios, shoppings, ou mesmo uma favela. É um local poluidor, que não é tratado, as pessoas moram ao lado dos córregos. Por que não tratar?”
Desenvolvido pela escritório de design Questto Nó, o projeto foi premiado na categoria “sustentabilidade” na Bienal Ibero-Americana de Design, em 2013 na Espanha, e no ano seguinte, no Green Good Design, uma das mais antigas premiações de design sustentável do mundo.
A primeira e única unidade da Renascente custou R$ 500 mil para ser construída. A intenção da Perenne é que ela não seja vendida para estabelecimentos, mas instalada a custo zero, com a cobrança de uma “mensalidade” que seria, na verdade, metade do valor que a empresa economizaria na conta d’água (ou seja, metade dos 30% de economia proporcionada pela unidade). Outra vantagem mencionada pela empresa é o baixo consumo de energia do produto, equivalente ao de uma geladeira pequena.
A Sabesp teria se interessado pelo projeto, afirma Guanaes, consequência de uma nova postura da concessionária. “Quero ver a Sabesp com outros olhos. Antes, a atitude deles seria ‘não pode, tá usando a água que eu vendi, a água é minha’. Hoje, acho que não. Acho que tão dizendo o contrário. Tão dizendo, ‘se cuida, porque não tenho água pra te dar’.” Procurada pela reportagem, a assessoria da Sabesp disse não ter conhecimento da estação.
Escassez
Perguntada sobre iniciativas de reúso que promove, a Sabesp citou um de grande porte: a Aquapolo, parceria sua com a Odebrecht Ambiental que gera água de reúso industrial. Instalado na fronteira de São Paulo com São Caetano do Sul, a Aquapolo pode produzir até mil litros por segundo, quantidade capaz de abastecer 300 mil pessoas. Atualmente, porém, só atende ao Polo Petroquímico do ABC paulista.
Para o professor Ivanildo Hespanhol, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e sumidade no tema água, o reúso é fundamental para enfrentar a escassez d`água. Autor de um projeto de cinco estações de reúso ao longo do rio Tietê, ele acredita que as soluções menores também são importantes: “containers com a tecnologia de membrana realmente ajudam. Se colocados em supermercados, shoppings, presídios, podem proporcionar grande economia”. Hespanhol, entretanto, não vê a Sabesp interessada em incentivar a reutilização da água. Para ele, a concessionária prefere apostar na busca por novas reservas. “Estamos seguindo o paradigma dos romanos, de 2.000 anos atrás, trazendo água de cada vez mais longe, de áreas hídricas distantes”, critica.
No Brasil, onde a noção de que a água é recurso finito não foi assimilada pela população, o índice de reúso é de apenas 1% (em Cingapura chega a 30%). Para Guanaes, estimular o reúso de água tambem contribui para a educação ambiental. “A maioria das escolas da periferia tem uma fossa, que é poluidora”, diz Guanaes, da Perenne. “Vamos mostrar para as crianças que podemos botar esgoto não na rua ou na fossa, mas nesse equipamento para que ele seja usado no banheiro ou para irrigar uma planta.”