sexta-feira, 24 de abril de 2015

Redução do consumo de água em um condomínio de classe média - Estudo de caso

com informações de Instituto de engenharia

POR JOSÉ EDUARDO CAVALCANTI, ENGENHEIRO químico associado ao Instituto de Engenharia

Publicado em 22 de abril de 2015

Tomemos por base um condomínio de classe media localizado nos Jardins com 17 andares e 34 apartamentos sendo dois por andar: 

O prédio é habitado por cerca de 100 pessoas incluindo moradores e funcionários. Cada apartamento possui 4 banheiros completos. Não possuímos piscina no prédio. 
A média de consumo (em metros cúbicos) do condomínio no período de fevereiro/2013 a janeiro/2014 foi de 1127m3. Desta forma, a meta com redução de 20% no consumo foi estabelecida pela Sabesp em 902m3. 

Graças à colaboração de todos, desde setembro passado o consumo de água do condomínio tem diminuído de forma consistente até janeiro deste ano, quando experimentou ligeira alta. Entretanto, desde novembro o consumo ficou abaixo da meta, possibilitando ao condomínio usufruir do desconto de 30% nas contas. Além da economia decorrente da diminuição do consumo (vide gráfico), os descontos obtidos até março de 2015 somaram R$4.575,25. 



Considerando-se o mês de março, nosso prédio gastou em 2014, 1064 m3, enquanto em 2015 o consumo foi de 790 m3. Isto equivale, respectivamente, a 31 e a 23 m3/apartamento.mês ou uma redução de 39%. 

A título comparativo, de acordo com pesquisas da Sabesp o consumo de água neste mesmo mês nos bairros Jardins foi de 15 m3 caindo 24.4% em relação à março de 2014 quando o gasto médio foi de 19.8 m3. Em toda a cidade, contudo, o gasto médio por domicílio foi de 28.8%. Estes dados levam em conta também o consumo comercial e de serviços nesta região. 

Mas o importante é ressaltar que existe uma grande margem para redução do consumo de água não somente em residências mas também em estabelecimentos industriais e de serviços a partir da adoção de medidas de cunho sustentável. 

Como ajuda para o esforço de redução de consumo em nosso prédio algumas sugestões propostas com base nas diretrizes de economia de água da Sabesp foram afixadas nos elevadores à disposição dos moradores. 

Dentre estas, destacam-se as seguintes “dicas”: 

“Tendo em vista que nas residências, a maior utilização de água se deve aos banhos, cujo consumo é de 6 litros por minuto (Um banho de 10 minutos consome 60 litros de água), sugere-se que o tempo do chuveiro em funcionamento seja reduzido em pelo menos 20%; 

Como a descarga com válvula Hidra com acionamento de 6 segundos consome 14 litros de água sugere-se acioná-la apenas para os esgotos cloacais utilizando-a parcimoniosamente no caso de outros rejeitos (líquidos); 

No caso de uma máquina de lavar de 5kg o ciclo completo de lavagem consome 185 litros de água. Como economia, sugere-se que se limite o uso para no máximo 3 vezes por semana e apenas quando estiver cheia; Ao lavar roupa no tanque, a torneira deve ser mantida fechada enquanto ensaboa e esfrega. A economia a cada 15 minutos é de 270 litros”. 

Nos condomínios, particularmente, apenas a conscientização dos moradores mercê a um pequeno esforço já foi suficiente para a redução do consumo de água que poderá ser ainda maior com a adoção de medidas de economia e até de reuso de águas pluviais desde que com finalidades não potáveis. 

Por outro lado, não se justifica que condomínios residenciais promovam o aproveitamento das chamados águas cinzas como água de reuso mesmo para fins não potáveis devido aos riscos à saúde além do que os sistemas de tratamento mesmo aqueles ditos compactos exigiriam custosas e complexos esforços de operação e manutenção difíceis de serem suportados por condomínios principalmente os residenciais. 


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