sábado, 12 de março de 2016

Começa primeira etapa de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo

Publicado por PiniWeb

Prevista para durar 10 semanas, fase pretende liberar as entradas principais da Estação da Luz para os usuários do Metrô e da CPTM

Luísa Cortés, do Portal PINIweb
11/Março/2016

 
Foi iniciada na última terça-feira (8) a nova etapa de reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, no bairro da Luz, em São Paulo, que durará 10 semanas, aproximadamente. A edificação sofreu um incêndio no dia 21 de dezembro do ano passado.
O objetivo dessa fase é liberar as entradas principais da Estação da Luz da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) - interditadas pela Defesa Civil - e a preparação do conjunto arquitetônico para a segunda etapa, de restauro e recuperação. Desde a liberação da estação, em 30 de dezembro, os cerca de 400 mil usuários diários do metrô e da CPTM usam os acessos da Rua Cásper Líbero e à frente da Pinacoteca.
Estão previstos a impermeabilização das lajes expostas, a instalação de sistemas de drenagem e a construção de uma sobrecobertura provisória, com o objetivo de evitar a infiltração de água de chuva no edifício. O investimento é de R$ 1,8 milhão, quantia que será coberta pelo seguro do museu. A intervenção já foi aprovada pelos três órgãos do patrimônio histórico - Iphan, Condephaat e Conpresp – uma vez que a Estação da Luz é tombada nas três esferas.
O incêndio ocorrido em 21 de dezembro deixou um morto: o bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz. Em janeiro, foi assinado um convênio entre a Secretaria da Cultura, a Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil para a reconstrução da instituição.
Enquanto permanece fechado, o museu continua a expor o seu arquivo em outros locais. Desde a semana passada, por exemplo, parte do acervo está em exposição em Araraquara.
Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa recebeu 10 milhões de visitantes em seus quase 10 anos de atividade. A previsão é de que as obras de reparo sejam concluídas até o fim de junho.
Histórico
O edifício, que compõe um complexo do século 19 também formado pela Estação Luz da CPTM, foi concebido em espaços de 4.333 m² antes ocupados pelos escritórios administrativos da estação multimodal com projeto arquitetônico de Pedro e Paulo Mendes da Rocha, e inaugurado em março de 2006 pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho.
A um custo de R$ 37 milhões, o projeto de restauro conseguiu criar espaços para receber a mais alta tecnologia em um edifício centenário, símbolo da industrialização paulistana e tombado pelo patrimônio histórico nacional. Respeitando integralmente a fisionomia externa da construção, os arquitetos dotaram o prédio de infraestrutura moderna com computadores, sistema de ar-condicionado e elevadores, seguindo um novo conceito, totalmente virtual, e empregando formas diferenciadas de comunicação com o público.
O projeto contemplou ainda a restauração de 4.230 m² de fachada, 2.550 m² de cobertura, 178 esquadrias, 400 elementos artísticos, como rosáceas, folhas de acanto, balaústres e pináculos e a caixa do grande relógio.
Um dos principais desafios enfrentados pela dupla na concepção do projeto foi a separação dos acessos da estação e do museu, que tem 14 metros de largura e 120 metros de comprimento. Para isso, foram criadas entradas dispostas nas extremidades leste e oeste do edifício, que receberam coberturas de cristal semelhantes às empregadas por Paulo Mendes da Rocha na intervenção feita na Pinacoteca do Estado.
Além de galerias para exposições permanentes e temporárias, escritórios, salas multimídia e camarins, o museu abrigava um auditório multiuso com capacidade para 166 lugares.

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